terça-feira, 21 de agosto de 2012

Uma breve explanação sobre Atuação do psicólogo na atenção básica





Segundo Fermino, Patrício, Krawulski & Sisson (2009) a Atenção Básica é utilizada no Brasil para a operacionalização da atenção primária de saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo compreendida como um conjunto de ações prestadas às pessoas e à comunidade, com vistas à promoção da saúde e à prevenção de doenças, bem como ao tratamento e reabilitação no primeiro nível de atenção dos sistemas locais de saúde (Brasil, 1998). Desse modo, a Promoção da Saúde contribui na construção de ações que possibilitam responder às necessidades sociais em saúde, tendo como foco aumentar a participação dos indivíduos e populações na compreensão e modificação dos determinantes do processo saúde-doença, o que envolve trabalhar interdisciplinar e intersetorialmente questões que envolvem as diversas dimensões da qualidade de vida.
Nessa conjuntura, Soares (2005) considera extensa as funções do psicólogo podendo ser o acolhimento dos novos pacientes, fazendo encaminhamentos, quando necessário, intervenção psicossocial, desenvolvendo oficinas terapêuticas, atendendo pacientes graves, fazendo visitas domiciliares e proporcionando suporte familiar, especialmente para aqueles portadores de transtornos mentais. As chamadas oficinas de trabalho realizadas com os clientes podem ser uma das atividades desenvolvidas no PSF para usuários de saúde mental, mas devem visar a algo mais além de simplesmente ocupar o seu tempo (Ronzani, 2001).
Devem possibilitar, especialmente no caso dos portadores de transtornos mentais, maior inter-relação com a comunidade e um resgate de sua cidadania através do incentivo ao convívio social e, inclusive, com o aprendizado de funções laborativas. Dessa forma, além dos usuários da saúde mental, toda a comunidade pode ser envolvida e convidada a participar das atividades. O trabalho com usuários de saúde mental pode incluir ações com as famílias, fornecendo suporte para as dificuldades encontradas em se lidar com seu familiar, proporcionando maior adesão e participação no tratamento, tanto do usuário quanto do familiar. Além disso, as oficinas de trabalho incentivam o resgate da cidadania e a reinserção social.

CONCEITO DE SAÚDE MENTAL COLETIVA:
Segundo o caderno de Política Nacional de Atenção Básica e de acordo com os princípios gerais da atenção básica, o sujeito é considerado em sua singularidade, na complexidade, na integralidade e na inserção sócio-cultural e busca a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável. Nesse sentido entende-se a saúde mental como um processo construtor de sujeitos sociais, desencadeadores de transformações nos modos de pensar, sentir e fazer políticas, ciência e administrações no cotidiano das estruturas de mediação da sociedade, extinguindo-as e substituindo-as por outras capazes de contribuir para a criação de projetos de vida.


O QUE TRABALHAR:
É notória a necessidade de se trabalhar na Prevenção em primeira instancia. Essa prevenção pode ser realizada inicialmente nas escolas, pois esse é um local onde encontramos uma maior concentração de jovens e é na adolescência que as pessoas realizam maior número de experiências. Desse modo, cabe especificamente à escola participar do trabalho de prevenção primária, ou seja, antecipar-se à experimentação, por meio de ações com o objetivo de evitar problemas decorrentes do uso de risco. 
Os educadores devem estar conscientes, no entanto, de que existem, entre os alunos, aqueles que já têm problemas com o uso de drogas. Para eles, podem ser previstas ações de prevenção secundária, às vezes, fora da sala de aula, procurando reverter o processo ou evitar que o uso se torne crônico, agravem-se seus danos ou se torne dependência. 

Desse modo, separamos os tipos de intervenções que podem ser realizadas nos três níveis, a seguir:

  • Prevenção primária – O objetivo é evitar que o uso de drogas se instale ou retardar o seu início.

  • Prevenção secundária – Destina-se às pessoas que já experimentaram drogas ou usam-nas moderadamente e tem como objetivo evitar a evolução para usos mais freqüentes e prejudiciais. Isso implica um diagnóstico e o reconhecimento precoce daqueles que estão em risco de evoluir para usos mais prejudiciais.

  • Prevenção terciária – Diz respeito às abordagens necessárias no processo de recuperação e reinserção dos indivíduos que já têm problemas com o uso ou que apresentam dependência.

COMO PREVENIR NA COMUNIDADE?

Ao pensar em prevenção na comunidade, devemos olhar para o que já construímos e planejar nossas ações a partir do que temos. Para tanto, separamos umas dicas que podem ser de grande valia:

1. Um programa será mais eficiente se ele não for uma iniciativa isolada.
2. É importante obter o apoio das escolas, dos locais de trabalho e de recreação, de igrejas e grupos comunitários.
3. O apoio da instituição ou da comunidade permite ações mais amplas.
4. Não existe um modelo predefinido, o que existe são algumas diretrizes, que devem emanar dos problemas com drogas existentes na realidade local.
5. Os programas, sempre que possível, devem abranger os três níveis de prevenção: primária, secundária e terciária.
6. Os programas devem fornecer informações e estimular mudanças de comportamento.
7. Os programas devem ser interativos; grandes discursos e grandes palestras só fazem bem aos palestrantes.
8. Os programas devem ter continuidade. Uma ação pontual serve somente para problemas pontuais.
9. Todos devem participar, desde a elaboração dos objetivos, identificação de recursos e apoio até a execução e, principalmente, no dia-a-dia do programa.
10. Os programas devem sobressair aos muros das instituições e se voltarem ás ruas dos bairros e da cidade como um todo. Só assim, a ideia será totalmente disseminada entre a população. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário