O texto a seguir, é um resumo de um trabalho acadêmico realizado na minha graduação em Psicologia.
Todo início de
relacionamento amoroso se constitui como uma fonte de reforçadores para ambos
os cônjuges. Elkaim (1998) afirma que o início de um relacionamento é
caracterizado pela alta freqüência de trocas compensatórias recíprocas devido à
atração que ambos exercem no outro, quase sempre decorrente da falta de dados
mínimos de informações entre eles. Desse modo, cada cônjuge seleciona em seu
repertório os comportamentos que tem maior possibilidade de agradar o outro.
Como
o relacionamento passa por fases, há momentos em que os reforçadores estão em
alta e outros em que eles diminuem. Desse modo, os comportamentos que inicialmente
era fonte de reforçadores, como por exemplo, as brincadeiras, os carinhos fora
de hora, entre outros, com o passar do tempo, tornam-se costumeiros e perdem
seu poder reforçador. Sendo assim, os reforçadores diminuem sua freqüência e os
custos da relação vão sendo notados.
Quando
os custos são mais visíveis numa relação, ocorre um desajuste na vida do casal
e isso gera uma série de conflitos. Caso o casal não saiba lidar com os
problemas existentes no relacionamento conjugal eles se tornam disfuncionais e
essa é a situação que aumenta, cada vez mais, a demanda de clínicas de terapia
de casal.
Silva
e Vandenberghe (2008) sugerem que a incapacidade de resolver problemas é um
fator característico de casais perturbados, que vão acumulando brigas e
problemas não resolvidos durante o relacionamento. Desse modo, a literatura
aponta que durante o conflito, a comunicação do casal tende a se tornar
aversiva, até que um dos parceiros passa a se esquivar dessa interação incômoda
em lugar de enfrentar o problema e tentar resolvê-lo.
Para
lidar com esse tipo de problema, a psicologia conta com um suporte
teórico-prático bastante desenvolvido. Há instrumentos que auxilia na
identificação da disfunção do casal, tais como, o Inventário de Satisfação
Conjugal e o Inventário de Habilidades Sociais Conjugais. Bem como, de técnicas
terapêuticas, como o Treino de Solução de Problemas e o Treino de Habilidades
de Comunicação.
Porém, o objetivo que
os psicólogos buscam em terapia de casal é incutir nos parceiros a idéia de que
um relacionamento afetivo satisfatório é construído a partir da colaboração de
ambos os cônjuges, o que evidencia que o bem estar do casal não é uma questão
de escolha e sim de trabalho em equipe, na qual ambas as partes participam dos
custos e colhem juntamente os bons frutos de uma boa relação.
Referências:
Elkaim,
M. (1998). Panorama das terapias
familiares – Volume 2. 2ª Edição. São Paulo: Summus Editora.
Silva,
L. P. & Vandenberghe, L. (2008). A importância do Treino de Comunicação na
Terapia Comportamental de Casal. Psicologia
em Estudo (Maringá), v. 13, n. 1, pp. 161-168.
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